Medicina P4: unindo tecnologia à medicina de precisão

[vc_row][vc_column][vc_single_image image=”4365″ img_size=”full”][vc_column_text]Em nosso artigo anterior, explicamos como a tecnologia vem mudando a área da saúde de diversas formas, incrementando a qualidade da pesquisa básica e translacional, o que se reflete na produção de novos medicamentos e na melhoria de inúmeros procedimentos cirúrgicos. Além disso, a emergência da indústria do bem-estar se contrapondo ao pensamento determinista da medicina focada na doença está transformando o sistema de saúde.

Observando estas novas tendências, nasceu a miHmo, uma Health Tech que tem o objetivo de mudar a relação das pessoas com a saúde. Com uma equipe multidisciplinar, individualizamos o acompanhamento dos hábitos de nossos membros, os “miHmados”, garantimos uma transformação na qualidade de vida de cada um, levando em conta suas particularidades e necessidades.

Para isso, utilizamos o conceito de Medicina P4, que apresenta os seguintes pilares: Prevenção, Predição, Participação e Personalização.

O que é Medicina P4?

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como enfermidades cardiovasculares e respiratórias crônicas, câncer e transtornos psiquiátricos e neurodegenerativos, lideram as causas de mortes no mundo todo.  Além disso, elas são responsáveis por uma parcela significativa da população que vive com alguma disfunção grave.

No Brasil, estudos mostraram que três DCNTs, diabetes,  doenças cardiovasculares   e   acidente   vascular   cerebral,  resultaram em significativa diminuição tanto na produtividade no trabalho quanto na renda familiar, com um prejuízo para a economia de 4,18 bilhões entre 2006 e 2015. Estima-se também que elas sejam responsáveis por cerca de 86% dos gastos com saúde.

Vale ressaltar que as DCNTs são altamente influenciadas pelo estilo de vida e são passíveis de prevenção desde que o indivíduo esteja engajado em hábitos mais saudáveis. Dessa forma, quando se evita que a doença efetivamente se instale, não se gasta com tratamentos caros e paliativos na maioria das vezes. 

Neste contexto, surgiu o conceito de Medicina P4,  que se baseia em quatro pilares fundamentais para transformar a abordagem de uma medicina “reativa”, centrada em doenças e controle dos sintomas, em uma medicina “proativa”, voltada para a promoção da saúde e do bem-estar. São eles:

  • Prevenção

A prevenção  das  DCNTs  requer  um  conhecimento  profundo  da  patogênese  das doenças crônicas de forma a se acessar as causas subjacentes delas e os mecanismos que são as“raízes” destes transtornos. Ou seja, mais do que exames de rotina é necessário conhecer os mecanismos e hábitos que são as causas destes transtornos e mudá-los. 

  • Predição

O uso de biomarcadores, como polimorfismos genéticos e análises de microbioma, associado a informações relativas aos índices de massa e gordura corporal, à pressão arterial e aos padrões de dieta e de atividade física podem determinar a identificação de condições precursoras de doenças, o que facilita uma abordagem preventiva.

  • Participação

O indivíduo deve ser envolvido a assumir um controle mais ativo envolvendo os cuidados consigo mesmo. Isto requer uma educação em saúde, que é conceituada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como: “o conhecimento, a motivação e as competências das pessoas em acessar, entender, avaliar e aplicar informações de saúde a fim de fazer julgamentos e tomar decisões na vida cotidiana em relação aos cuidados de saúde, doenças, prevenção e promoção da saúde, de forma a manter ou melhorar sua qualidade de vida”. 

  • Personalização

A composição de todas as informações referentes à saúde do indivíduo propicia uma abordagem mais direcionada, não padronizada, cujo foco seja cada pessoa como um ser único e que também merece um cuidado integral.

 A Medicina P4 utiliza os avanços tecnológicos para organizar e integrar informações relativas à saúde do indivíduo, incluindo histórico médico, estilo de vida, comportamentos, testes clínicos e dados referentes aos complexos sistemas que modulam a biologia humana. 

Desta forma, se pode construir um grande banco de dados cujo acesso precisa estar liberado para o principal interessado neste processo: o cliente. Aliás, esta acessibilidade constitui a chave para que ele assuma realmente o protagonismo da própria saúde e transforme o seu cuidado em uma jornada direcionada a um maior bem-estar.

O propósito da  miHmo

 Para a miHmo, a saúde é o completo equilíbrio do bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças. Desta forma, unimos a tecnologia com humanização para orientar nossos “miHmados” a terem controle da sua  própria saúde. A miHmo atua em um esquema de “parceria”, guiando  e educando de maneira individualizada, considerando toda a complexidade funcional, social e emocional de cada “miHmado”. 

Para cumprir a nossa proposta de saúde personalizada, utilizamos uma metodologia de trabalho que se centra no indivíduo, a Teoria dos Jobs To Be Done (JTBD). Este conceito, originalmente aplicado na área de marketing, parte do pressuposto de que um produto só tem algum valor para o indivíduo se ajudá-lo a alcançar algum tipo de progresso na vida. No nosso caso, não oferecemos um produto físico, mas a possibilidade de uma experiência nova com sua saúde. Em nosso próximo artigo, abordaremos mais sobre a metodologia do JTBD e como a aplicamos para o melhor resultado em saúde de nossos “miHmados”. Até lá.

 

Fontes:

Hood L, Friend S. Predictive, personalized, preventive, participatory (P4) cancer medicine. Nat Rev Clin  Oncol. 2011; 8:184–187.
Flores, M., Glusman, G., Brogaard, K., Price, N. D., & Hood, L. (2013). P4 medicine: how systems medicine will transform the healthcare sector and society. Personalized medicine, 10(6), 565-576.

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